Na sexta feira a noite, uma nota
assinada pela Assessoria de Comunicação da Polícia Civil de Minas Gerais
confirmou a prisão de dois policiais civis suspeitos de envolvimento em
execuções em Ipatinga e outras cidades do Vale do Aço. Decretadas pela
Justiça, as prisões são em caráter temporário (30 dias) para que os
suspeitos possam passar por novas etapas de investigação. A nota, no
entanto, não confirma se os policiais detidos são suspeitos de
envolvimento com os casos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho.
Entretanto, fontes ligadas à 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil
confirmaram que foram presos temporariamente o investigador José
Cassiano Guarda e o médico-legista Jose Rafael Miranda Americano, ambos
lotados na 1ª DRPC.
Eles foram presos no fim da tarde, em Ipatinga, e encaminhados para a
Casa Policial, em Belo Horizonte, unidade onde ficam apreendidos os
policiais civis sob investigação. Ainda segundo as mesmas fontes, duas
novas prisões poderiam ser decretadas pela Justiça “a qualquer momento”.
Ontem também o Ministério Público do Estado de Minas Gerais tomou a
decisão de acompanhar o caso de perto. As investigações serão
acompanhadas por um grupo especial do MPMG, conforme portaria pela
Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) designando cinco promotores para
acompanhar o caso.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Defesa
dos Direitos Humanos e de Apoio Comunitário, Nívia Mônica da Silva, o
promotor Rodrigo Gonçalves Fonte Boa, de Belo Horizonte, Juliana da
Silva Pinto, de Coronel Fabriciano, Bruno César Medeiros Jardini, de
Ipatinga; e Kepler Cota Cavalcante Silva, de Timóteo, terão acesso as
apurações. Porém, não poderão se manifestar fora dos autos, pois os
casos correm em segredo de justiça.
Suspeita
Ao passar ontem pelo Vale do Aço, pela primeira vez, o chefe da PC em
Minas Gerais, Cylton Brandão, admitiu abertamente a possibilidade de
envolvimento de policiais nos assassinatos do radialista Rodrigo Neto
(ocorrido em 8 de março) e do fotógrafo Walgney Assis Carvalho
(executado a tiros no dia 14 de abril).
Cylton Brandão destacou que a equipe responsável pela apuração dos
crimes recentes no Vale do Aço é capaz de “cumprir a tarefa”, por ter
profissionais qualificados para tal. Ponderou que algumas apurações
dessa natureza apresentam determinada complexidade, embora exista avanço
nas investigações. “Com a vinda de Elder D’ângelo e Irene para a
Delegacia Regional, além de outras modificações que acontecerão, temos
certeza de que as apurações estão aceleradas e chegando às autorias”,
declarou.
Sobre a possibilidade de relação entre os casos de Rodrigo Neto e
Walgney Carvalho, Cylton disse que não ser possível adiantar se existe
tal ligação. No dia do assassinato do fotógrafo Walgney Carvalho, o
deputado Durval Ângelo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais, afirmou que a vítima vinha sendo
ameaçada. Cylton Brandão diz que a Polícia Civil chegou a receber um
comunicado sobre as ameaças, porém o fotógrafo foi ouvido e não
confirmou os fatos. “Carvalho foi ouvido, disse que não se sentia
ameaçado e que não precisava de proteção. Isso está nos autos e assinado
por ele”, comentou.
Prazo
Sobre a conclusão da apuração dos casos, Cylton Brandão afirmou que não é possível precisar uma data, sob o risco de se cometer um erro. “Podemos ter resposta no próximo minuto, mas as coisas estão acontecendo e vamos ter as respostas no tempo devido. Existem suspeitos. Existe indício de participação de policiais nos crimes. Não admitimos grupo de extermínio; o que existe são questões pontuais, não admitimos grupos de extermínio”, reafirmou.
Prazo
Sobre a conclusão da apuração dos casos, Cylton Brandão afirmou que não é possível precisar uma data, sob o risco de se cometer um erro. “Podemos ter resposta no próximo minuto, mas as coisas estão acontecendo e vamos ter as respostas no tempo devido. Existem suspeitos. Existe indício de participação de policiais nos crimes. Não admitimos grupo de extermínio; o que existe são questões pontuais, não admitimos grupos de extermínio”, reafirmou.
O novo responsável pelo 12° DPC, Elder D’ângelo, reiterou a fala de
Cylton Brandão de que existem indícios da participação de policiais em
alguns dos episódios apurados pela Delegacia de Homicídios. “É óbvio que
não posso dar detalhes, mas a presença de um subcorregedor é para
orientar essas ações no caso correicional, até porque a apuração dos
fatos está a cargo da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte e nossa
atuação será administrativa e orientadora das ações”, detalhou.
Já Irene Franco, nova delegada da 1ª Delegacia Regional, relatou ter
atendido a um chamado da Policia Civil, ao qual pretende responder com
um bom trabalho. “Acreditava que o chamado viria um pouco para frente,
mas assumo porque nunca fugi à luta. Para o meu lugar (na Delegacia de
Homicídios) ainda vou definir as mudanças. Assumi um desafio; o clima
não é favorável, é tenso, mas vejo isso com tranquilidade”, concluiu
Irene Franco.
Chefia da PC anuncia trocas
Em entrevista à imprensa regional na tarde dessa sexta-feira (19), o
chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão, anunciou
alterações na Delegacia Regional e no 12° Departamento de Polícia Civil
(12° DPC).
Entre as mudanças, a delegada Irene Angélica Franco e Silva Guimarães
responde, a partir de agora, pelo comando da 1ª Delegacia Regional de
Polícia Civil, no lugar de Gilberto Simão, que assumiu o posto em maio
de 2012. Outra mudança diz respeito à chefia do 12° DPC: José Walter da
Mota será substituído pelo subcorregedor da Polícia Civil, Elder
D’ângelo. A troca se deu em razão de problemas de saúde de José Walter. O
chefe da PC, Cylton Brandão, disse que as mudanças são administrativas e
pretendem demonstrar uma nova Polícia Civil para fazer frente aos
problemas da região.
“Queremos dizer de nossa certeza de que essa é a equipe mais
qualificada que temos na Polícia Civil. Wagner Pinto é um policial da
Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa, com larga experiência,
principalmente em apuração de homicídios. É uma demonstração inequívoca
de que chegaremos à autoria de todos os casos que estão afligindo a
região”, disse.
O chefe da PC disse, ainda, que as modificações partem da intenção de
se ter uma polícia diferenciada na região. Cylton afirmou que “os fatos
dizem por si só”, o que sugere modificações profundas para que tudo se
resolva de forma definitiva, para a pacificação em Ipatinga e região.
Fonte: Diario do Aço
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