João Monlevade -Familiares e amigos do comerciante monlevadense Geraldo Ferreira Bastos, 67, morto em um grave acidente na tarde desta terça-feira, 21, na temível "Rodovia da Morte", a BR 381, manifestaram sentimento de revolta em virtude da tragédia ter sido provocada por um padre.
A família Bastos se declara católica e lamenta que mesmo depois de outros envolvimentos do pároco em acidentes com suspeitas de embriaguez ao volante nenhuma providência foi tomada. "Fica um sentimento de revolta, mas não quero vingança porque nada vai trazer meu pai de volta", lamenta um dos filhos do comerciante, Luciano Bastos.
No velório, realizado durante todo o dia no Velório Municipal, Luciano Bastos lembrou que poderia ter sido ele a vítima fatal. "Era eu quem levaria meu pai para um exame médico em Belo Horizonte e certamente eu iria dirigindo", comentou. Como Luciano ainda se recupera de um acidente de moto ocorrido, na última semana, no Vale do Aço, a viagem do seu pai foi acompanhada por um grande amigo de Geraldo Bastos, conhecido por José de Calazans Batista, quem permanece internado em um uma unidade de saúde em Belo Horizonte.
Luciano comentou que na tarde de anteontem, recebeu telefonema de um amigo informando sobre a suspeita do envolvimento do pai em um grave acidente. Bastos não se conteve e foi até o local. Ele relembra os momentos tristes que ainda permanecem na memória. "Só lembro que o padre ainda agonizava quando cheguei por volta das 16h. Meu pai já estava morto. Ele estava muito machucado e só conseguiram tirar o corpo dele (Geraldo) por volta das 10h da noite", contou.
A esposa de Geraldo Bastos, a dona de casa Marisa Domingues Bastos, 56 anos, também manifesta revolta com a tragédia. "Padre alcoólatra. Isso machuca a gente que é católico. Só Deus para nos fortalecer", lamentou.
Até o fim da tarde de ontem, familiares não receberam nenhuma manifestação de apoio da Diocese de Itabira Coronel Fabriciano.
Geraldo Bastos era casado e deixa esposa e os filhos Luciano e Lúcio Domingues Bastos. O sepultamento será às 9h desta quinta-feira, 23, no cemitério Baú.
Duplicação
Em meio à dor da morte do pai, Luciano Bastos comentou sobre o projeto de duplicação da BR 381. Ele avalia que se a rodovia já tivesse sido duplicada o acidente poderia ter sido evitado. Bastos lamentou que a maioria das mortes registrada na BR 381 é de pessoas que residem na região. Ele critica a falta de empenho das autoridades responsáveis. "Infelizmente, essa obra só fica em promessas", lamentou.
Monlevadense permanece internado
O monlevadense José de Calazans Batista, passageiro da D20, permanece internado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. Ele sofreu uma fratura no fêmur e deve passar por uma cirurgia ortopédica. Até o fim da tarde de ontem, ele não havia recebido a notícia da morte do amigo Geraldo Bastos.
Já o policial militar José Rodrigues de Souza, de 43 anos, que era passageiro do Santana, sofreu fratura na bacia e deve ser transferido para o Hospital Militar. As vítimas não correm risco de morrer, mas não tem previsão de receber alta.
O condutor da carreta, Juarez Ferreira Júnior, de 32 anos, recebeu alta na noite de terça.
Fonte: Cidademais
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