quarta-feira, agosto 25, 2010

Vida sem oxigênio

João Monlevade - Já imaginou sua vida presa a um tubo plástico ligado a um cilindro de oxigênio? E que esse seria o único recurso para sua sobrevivência? Essa é a situação vivida pela secretária Shirley Cristina Martins, 34. Vítima de um problema cardíaco, nos últimos seis anos foram raras as vezes que teve a oportunidade de sair de casa. Por conta disso, familiares e amigos lançaram uma campanha solidária. O objetivo é arrecadar recursos para a compra de oxigênio portátil.


    Apesar do problema de saúde, Shirley demonstra disposição e alegria de viver. Ela conta que é vítima de um problema congênito conhecido por Comunicação Inter-Ventricular (CIV), uma espécie de vazamento no coração. Aos cinco anos de idade ela chegou a ser desenganada por uma equipe médica que constatou uma alteração nos pulmões. Por conta disso, os planos de um transplante cardíaco foram adiados. "Na época, os médicos disseram que o coração se opera, mas pulmão não", lembra Shirley.
    De lá pra cá foram muitas as limitações vividas por Shirley. Em 1997 ela concluiu o curso técnico de secretariado o que permitiu exercer a profissão por cinco anos. Mas em setembro de 2004, o estado de saúde apresentou considerável queda em virtude de problemas na oxigenação. "Cheguei a ficar com os pés e mãos roxos. Muito cansaço a ponto de não conseguir conversar", comenta.
    Desde então, o único meio de sobrevivência de Shirley passou a ser o uso de oxigênio 24 horas por dia. Mensalmente, são consumidos 15 cilindros com capacidade para 10 m3. O material é doado pela ArcelorMittal, já que o pai da secretária é funcionário aposentado da siderúrgica.
    Apesar de garantir a sobrevivência de Shirley os cilindros de oxigênio inviabilizam as saídas de casa. É que os equipamentos pesam cerca de 60 quilos e têm aproximadamente dois metros de altura. A liberdade da secretária se resume a saídas para consultas médicas e o deslocamento diário se resume entre os cômodos da residência onde mora, que fica na rua José Bicalho, no bairro de Lourdes.

Esperança
    Questionada sobre a última vez em que saiu de casa Shirley teve dificuldades de lembrar. Depois de pausa de alguns minutos ela contou que há cerca de seis meses lembra-se ter ido à igreja que freqüenta. O lazer da secretária se resume a pesquisas na internet, leituras e filmes. E foi em uma dessas buscas na net é que Shirley encontrou a solução para melhorar sua qualidade de vida.
    Trata-se de um cilindro de oxigênio portátil. O equipamento pesa até dois quilos e é recarregável. Mas o problema é o valor do produto estimado em R$22 mil. Uma rifa solidária e doações de amigos e parentes já arrecadaram cerca de R$6 mil. O restante do valor faz parte de um dos sonhos de Shirley já que a maior realização pessoal dela é a cura da doença. "Meu maior sonho é a cura completa. Eu nunca deixo de sonhar e é em Deus que encontro forças para lutar", afirma.

Ajuda
    Quem quiser contribuir pode efetuar doações em nome de Shirley Cristina Martins, no Banco CEF, Agência 0607 - Op. 013, CP: 4723-8; ou em nome de Rosane Catarina Martins P. da Cruz (irmã de Shirley), no Banco Bradesco, Agência 1503-2, CP: 41.659-2. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 31-3852-5798.


Fonte: Cidademais

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