"O câncer de João Monlevade atende pelo nome de Márcio Magno Passos". Com essa frase Zé Geraldo define o empresário e marqueteiro Márcio Passos.
Questionado sobre eventual divergência pessoal junto ao empresário Márcio Passos, o radialista Zé Geraldo do Espinhaço garante que não. No entanto, ele não esconde seu descontentamento com relação à trajetória profissional percorrida pelo empresário e resolveu "rasgar o verbo" e revelar tudo o que sabe.
O radialista acusa de escuso e comprometedor o passado de Passos no município de Itabira. "Quando o Márcio atuou como coordenador de Governo na cidade de Itabira e eu trabalhava em jornal, o Márcio reunia com a gente (imprensa) e só dava publicidade pro jornal que fizesse oposição ao outro grupo da cidade e que apoiasse a prefeitura que ele era coordenador", criticou.
Zé Geraldo conta que chegou a ser parceiro de Márcio Passos, quem era colunista no jornal o Espinhaço, de propriedade do radialista. A suposta parceria teria ocorrido no governo de Li Guerra. "O meu jornal era o que mais faturava na prefeitura e justamente Márcio era quem liberava os anúncios pro jornal, mas em troca eu tinha que atacar a oposição", revelou.
Zé Geraldo conta que o antecessor do governo Li foi o ex-prefeito Luiz Meneses (PFL). "O Márcio mandou fazer uma devassa na gestão de Luiz Meneses e tudo o que aparecia de irregular ele (Márcio Passos) chamava a gente (imprensa) e dava meia página, uma página, pra gente detonar", revelou.
Enriquecimento
Segundo o radialista, nesse período o empresário Márcio Passos adquiriu vários bens em Itabira. Zé Geraldo revela que um assessor especial de Márcio Passos, identificado apenas por Fabrício, recebia 10% de toda a distribuição de anúncios aos órgãos de imprensa. "Ele (Márcio) comprou sítio, montou agência de viagem, comprou casa no bairro mais tradicional de Itabira, bairro Amazonas, mas acabou que saiu corrido de Itabira e vendeu a casa", afirma o radialista.
Zé Geraldo classifica o perfil de Márcio Passos em uma única palavra: "Pra mim ele é um manobrista. Quando o Li ia deixar o Governo e precisava fazer um sucessor, o Márcio entrou com uma pesquisa em Itabira, cujo instituto de pesquisa era dele (Márcio Passos), denominada Leal M, colocava o candidato Leopoldo de Melo Castro em 1º lugar, mas ele ficou com a última classificação".
O radialista diz que a farsa montada por Márcio Passos veio à tona em Itabira e por conta disso ele não conseguiu mais espaço no meio político da cidade. Os próximos governantes itabiranos, Jackson (PT) e Ronaldo Magalhães e o primeiro governo de João Izael recusaram assessoria política oferecida por Passos.
A história mais recente protagonizada por Márcio Passos foi, segundo Espinhaço, a de ter tentado comandar a campanha política referente ao segundo mandato de João Izael. Como o chefe do Executivo recusou o serviço do marqueteiro, Márcio Passos se aliou ao adversário Damon, quem também perdeu as eleições. "Pra mim ele (Márcio) é um manobrista e um oportunista. O mesmo ele tem feito em São Gonçalo e só Nozinho (prefeito) não percebeu isso ainda", atacou.
"Se fizermos um levantamento em nossa região vamos saber quem é Márcio Passos. Uma pessoa que saiu lá do Rio de Janeiro e acha que é Deus em João Monlevade. Mas pra mim é um grande oportunista", acrescenta Zé Geraldo do Espinhaço.
CPI
O radialista garante que o empresário chegou a ser alvo de uma CPI liderada pela Câmara Municipal de Itabira. Na época, o presidente do Legislativo era o então vereador Roberto Chaves quem disputava eleições para deputado Federal, mas tudo terminou em pizza. "Márcio Passos conseguiu coordenar a campanha de Roberto Chaves e hoje são amicíssimos", revela.
Zé Geraldo lembra que antes disso, Márcio Passos promovia ataques ferrenhos a Roberto Chaves. "Ele (Márcio) denegria a imagem de Roberto Chaves e o chamava de Beto Fechadura. Ainda tenho os jornais que comprovam tudo isso", garante Espinhaço.
Monlevade
Em Monlevade, Zé Geraldo tece observações sobre os benefícios do empresário Márcio Passos na gestão do ex-prefeito Carlos Moreira. "Sabemos que ele faturou R$6 milhões durante o Governo Carlos Moreira. Essa denúncia me chegou e eu iria averiguar. Enquanto empresários fortes receberam áreas na periferia da cidade, o Márcio Passos foi beneficiado por área nobre no centro da cidade", criticou.
Polêmica
O radialista garante que o novo programa Na Boca do Povo que será veiculado pela Rádio Comunicativa FM a partir de amanhã, 11, será polêmico. Zé Geraldo se compromete com a verdade independente de ligações partidárias. "Chumbo grosso vem agora. Vou ter liberdade pra mostrar quem é quem na política e garanto que só sou amigo dos meus ouvintes", revela.
Silêncio
Em contato na tarde de ontem, 9, por telefone, o empresário Márcio Passos garantiu que nunca promoveu nenhuma articulação contra o radialista Zé Geraldo. Passos alegou que não atua em ramo de rádio, que nunca teve tempo para ouvir o programa do radialista e nem era de seu conhecimento a saída de Zé Geraldo da emissora Alternativa. Márcio Passos disse ainda não ter interesse em conversar sobre o assunto.
Fonte: Cidademais
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