quinta-feira, julho 29, 2010

Máfia Azul e Galoucura garantem que envolvidos na morte de Tico não faziam parte das torcidas

João Monlevade - A Polícia Civil de João Monlevade abriu um inquérito para investigar o assassinato do estudante Márcio Antônio da Cruz, 19, conhecido como Tico. O jovem foi morto com uma facada no abdômen na madrugada desse domingo, 25, na portaria do Social Clube, após uma festa ocorrida no local.
    Segundo informações do inspetor da 4ª Delegacia Regional de Polícia Civil, Adailton Souza, por enquanto ninguém foi preso. "Não houve o flagrante, mas existem suspeitos", disse. O inspetor esclareceu além das investigações de campo, alguns procedimentos da PC já foram feitos. Ele frisou que ainda não existem elementos para dizer se o crime foi motivado por briga de torcida, crime passional ou acerto de contas.
 "Existe uma linha de investigação, mas nenhuma hipótese pode ser descartada", frisou.
    Adailton disse não poder revelar mais detalhes sobre o caso, porque as informações divulgadas podem atrapalhar as investigações. A Polícia Civil tem o prazo de 30 dias para encaminhar o caso à Justiça.
    Dois dias depois da morte de Tico ocorrida durante uma briga após uma festa no Social Clube, familiares do jovem procuraram a reportagem do Bom Dia. Segundo a irmã dele, Sônia Aparecida da Cruz, Tico era cruzeirense, mas não era um torcedor fanático nem tampouco tinha ligação com torcidas organizadas. "Ele era cruzeirense, mas não fazia parte de torcida. Ele apenas tinha uma camisa do Cruzeiro", contou.
    Emocionada ao se lembrar dos detalhes que culminaram na morte de seu irmão, Sônia relatou que o jovem era um bom rapaz e que "não era de briga". De acordo com ela, que esteve na redação do Bom Dia acompanhada da cunhada, Ana Rosa Teixeira, Tico era muito comunicativo e brincalhão e aceitava facilmente pessoas que não eram do seu convívio em sua rede social no Orkut. "Ele aceitava todo mundo. A pessoa queria ser amigo dele e dizia que era cruzeirense, ele aceitava", comenta.
    Sônia descarta que ele possa ter se envolvido na briga por questões ligadas a rixas de torcidas. Segundo ela, a versão dos amigos de Tico, que estavam com ele na festa realizada no Social, é de que ele entrou na confusão para tirar um conhecido, quando foi atingido pela facada.
   Sobre as investigações, Sônia elogiou o trabalho realizado pela Polícia Civil e agradeceu, ainda, a solidariedade dos amigos da família e do próprio Tico. "Criaram uma comunidade para ele no Orkut e em pouco tempo já tinha mais de 400 pessoas. Ele não era um qualquer. Era muito querido", finalizou.
    Integrantes da diretoria da Máfia Azul e da Galoucura de João Monlevade estiveram na redação do Bom Dia, na tarde ontem, 28, com o intuito de esclarecer o envolvimento do nome das torcidas organizadas na morte estudante Márcio Antônio da Cruz, 19, conhecido como Tico. A Polícia Civil não descarta que o crime possa ter sido motivado por briga de torcidas.
    Ambas as diretorias garantem que nenhum membro das torcidas estava envolvido na briga. O presidente da Galocura, Henrique Ribeiro, 28, informou que participou da festa e que a confusão, inclusive, teria ocorrido depois que ele e alguns amigos integrantes da torcida haviam ido embora.
    O diretor da Máfia Azul, Luiz Gustavo Andrade, 19, confirmou a versão de Henrique. Ele alegou que presenciou toda a briga e ainda explicou que a intenção da Máfia Azul é apoiar e torcer pelo time. "Não queremos ver o nome da Máfia Azul envolvido nesse tipo de confusão", enfatizou.
    O presidente da Galocura também esclareceu que a filosofia da entidade está totalmente voltada para a realização de trabalhos sociais. "O fato é que não podemos controlar a venda de camisas com o nome das torcidas. Elas são vendidas em qualquer lugar. Daí o sujeito veste a camisa, comete um delito e vemos o nome da entidade envolvido", argumentou. Henrique ainda destacou que quando um associado se envolve em qualquer tipo de briga ele é automaticamente desligado da torcida. O mesmo garantiu o presidente da Máfia Azul. "Quando ocorre esse tipo de coisa, o membro é punido com a expulsão", afirmou.

Fonte: Cidademais
    Conforme informou o Bom Dia na edição de ontem, a informação ainda sob investigação é que algumas pessoas, não todas, envolvidas na confusão, não teriam participado da festa.

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