quarta-feira, junho 02, 2010

Ampliação vai ajudar ou atrapalhar?

A BR-381 é conhecida como rodovia da morte. Além de ser a que mais mata no Estado, é também uma das que mais encarecem os fretes, já que as curvas e a má conservação atrasam o transporte de cargas e elevam os custos. A solução está prometida para daqui a pelo menos seis anos, com a duplicação do trecho de 310 km entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Mas até lá a situação vai piorar. É que grandes expansões industriais no Vale do Aço vão ficar prontas antes da duplicação, elevando ainda mais o tráfego de caminhões e, consequentemente, deteriorando mais a estrada.
    Só a expansão da siderúrgica da ArcelorMittal, em João Monlevade (entre a capital e Valadares), vai aumentar significativamente o tráfego de caminhões usados pela empresa. O projeto, que fica pronto em meados de 2012, vai dobrar a capacidade de produção de 1,2 milhão para 2,4 milhões de toneladas anuais de aço bruto.
    A empresa não informou quantos caminhões a mais serão usados com a ampliação, mas confirmou que a demanda logística será bem maior. No dia 27 de maio, quando o investimento foi anunciado, o executivo de aços longos das Américas da Arcelor, Gerson Menezes, criticou o estado da rodovia e cobrou uma ação imediata do governo para resolver o problema da saturação.
    A Usiminas, que também transporta matéria-prima pela 381, tem planos de construir uma nova planta em Santana do Paraíso, perto de Ipatinga, para elevar a produção em 52%. O que deve aumentar consideravelmente o fluxo na estrada.
    O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Minas Gerais (Fetcemg), Ulisses Martins Cruz, explica que em condições normais de trânsito, sem acidentes, um caminhão gastaria entre cinco horas e meia e seis horas em uma viagem de Belo Horizonte a Ipatinga. No entanto, com a saturação da BR-381, o trecho é feito com sete horas e meia ou até oito horas. "São duas horas a mais, mas quando as expansões dessas siderúrgicas forem concluídas e o volume de carga transportada aumentar na estrada, serão pelo menos mais quatro horas de Belo Horizonte a Ipatinga", calcula.
    Segundo Cruz, os caminhões gastam em média 37% a mais de tempo. Para isso, consomem cerca de 12% a mais de combustível. Incluindo também os gastos com mão de obra, já que é preciso contratar mais motoristas, ele calcula um aumento de custos de 18% com o aumento do fluxo. "Deste total, pelo menos metade, 9%, as transportadoras repassam no frete e as empresas têm que repassar para os consumidores. Por trás de cada aumento, uma parte é culpa da saturação da 381", diz.


Duplicação custará R$ 3 bilhões
    O projeto de duplicação do trecho da BR-381 que liga Belo Horizonte a Governador Valadares vai custar entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões. Segundo a assessoria de imprensa do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), as empresas têm até o fim deste ano para entregarem os projetos. Só depois, a licitação para as obras será iniciada, o que deverá acontecer somente em 2011.
    Segundo o Dnit, a intenção é iniciar a duplicação ainda no ano que vem. Mas como a licitação deve atrair muitos interessados, devido ao alto valor envolvido, as chances de atraso são grandes. A previsão de término é entre quatro e seis anos.
    Com a duplicação, o traçado será alterado, com o objetivo de reduzir a sinuosidade da rodovia, reduzindo riscos de acidentes e os custos com combustíveis e manutenção dos veículos.
Na altura de João Monlevade, será construído um desvio pela cidade de Nova Era, que reduzirá a distância até Governador Valadares em 30 km.
    Só neste trecho, considerado um dos mais perigosos, passam por dia cerca de 14 mil veículos (QA)

Será que melhora? Como vai ficar a situação com a apliação dessas fábricas

Fonte: O Tempo Online Foto:Rodrigo Clemente

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